OS POEMAS NASCEM ASSIM...
Estou de malas prontas.
Para além... muito além do mar. Vou agora mergulhar num mundo magnífico.
A viagem começa com o meu coração e com meus olhos que se desprendem da realidade nua e crua.
Neste mundo onde estou me adentrando existem flores que nunca vi em outro lugar.
Existe silêncio, paz. Existem pássaros que cantam cantos nunca ouvidos antes.
Neste lugar não tenho idade e não tenho receios de me aprofundar.
Sei que ele existe porque já estive nele tantas vezes.
O gramado é tão verde, é como se uma chuva tivesse acabado de lavá-lo.
A brisa me traz o perfume incomum de flores exóticas, de rara beleza e perfeição.
Uma fonte puríssima jorra abundantemente. Ela é parte de mim... sei que é assim.
Os cachos de trigo se balançam e o som suave me invade toda. Este som está impregnado em meu ser.
O sol é ardente e não me queima. É o astro rei dizendo que é vida. Que eu sou vida também.
Agora sou um fio de água que nasce na montanha. Desço morros e me junto a tantos outros pequenos córregos. Sou um rio e busco o mar. Agora sou mar.
Sou uma gaivota, um peixe elétrico.
Sou a vegetação do fundo do mar. Sou algas marinhas. Bóio suavemente. Há em mim um balançar constante e melancólico.
Agora sou a areia.
Não, eu sou matas a se perder de vista.
Sou a neve encobrindo os morros. Sou uma tarde morna. Sou coqueiros a balançar as folhas.
Sou a criança nascendo, a criatura vivendo. O ancião.
Sou música, cores. Sou amores.
Sinto vibrar dentro de mim o sentimento do mundo.
Neste mundo onde estou as nuvens são todas coloridas. E eu danço levemente sobre elas, com minhas vestes leves e soltas.
Não, estou é voando... voando... sentindo... buscando.
Os poemas nascem assim... nascem em mim.
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