poemas escritos no correr de minha vida

Monday, February 05, 2007




OS POEMAS NASCEM ASSIM...

Estou de malas prontas.
Para além... muito além do mar. Vou agora mergulhar num mundo magnífico.
A viagem começa com o meu coração e com meus olhos que se desprendem da realidade nua e crua.
Neste mundo onde estou me adentrando existem flores que nunca vi em outro lugar.
Existe silêncio, paz. Existem pássaros que cantam cantos nunca ouvidos antes.
Neste lugar não tenho idade e não tenho receios de me aprofundar.
Sei que ele existe porque já estive nele tantas vezes.
O gramado é tão verde, é como se uma chuva tivesse acabado de lavá-lo.
A brisa me traz o perfume incomum de flores exóticas, de rara beleza e perfeição.
Uma fonte puríssima jorra abundantemente. Ela é parte de mim... sei que é assim.
Os cachos de trigo se balançam e o som suave me invade toda. Este som está impregnado em meu ser.
O sol é ardente e não me queima. É o astro rei dizendo que é vida. Que eu sou vida também.
Agora sou um fio de água que nasce na montanha. Desço morros e me junto a tantos outros pequenos córregos. Sou um rio e busco o mar. Agora sou mar.
Sou uma gaivota, um peixe elétrico.
Sou a vegetação do fundo do mar. Sou algas marinhas. Bóio suavemente. Há em mim um balançar constante e melancólico.
Agora sou a areia.
Não, eu sou matas a se perder de vista.
Sou a neve encobrindo os morros. Sou uma tarde morna. Sou coqueiros a balançar as folhas.
Sou a criança nascendo, a criatura vivendo. O ancião.
Sou música, cores. Sou amores.
Sinto vibrar dentro de mim o sentimento do mundo.
Neste mundo onde estou as nuvens são todas coloridas. E eu danço levemente sobre elas, com minhas vestes leves e soltas.
Não, estou é voando... voando... sentindo... buscando.
Os poemas nascem assim... nascem em mim.


SONIA MARIA DELSIN

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