POR TODOS OS TEMPOS

Fecho os olhos e mergulho no passado.

Todos os tempos passados voltam a ser hoje para mim.

Os gramados. Eu rodopiando, livre, solta.

Rodando... rodando... rodando...

Nuvens. Pássaros, regatos.

Estou no passado.

Eu estive em todos os lugares que permanecem vivos dentro de mim.

Quero assim.

De olhos fechados vejo casarões, mansões e casebres.

Sinto odores, vejo rostos.

Tantos gestos e palavras!

Moram dentro de mim estes tempos todos.

Mora a menina, a moça e a mulher.

Mergulho no passado e encontro de novo o amor.

Encontro a poetisa que absorveu tudo.

Encontro mentiras e verdades.

Encontro a vida, a morte.

O sul e o norte.

SONIA MARIA DELSIN