CIDADE ANTIGA
Da janela posso observar.
Cada luz a se apagar.
Na escuridão outra cidade eu vejo nascer.
Ela se ergue do nada.
Já não estou na janela.
Agora estou na calçada.
Faço parte de outro tempo.
O vento...
Ah! Ele vem trazendo.
Trazendo seu sorriso.
Você que me chega menino.
Não preciso perguntar seu nome.
Sei quem é.
Sei quem sou.
Posso sentir o beijo
que os dois seres trocam.
De mãos agarradas eles crescem
diante de meus olhos atônitos.
Posso vê-los a se abraçar.
A dançar.
A se falar.
Com que carinho se tratam.
Mas há mais...
No ar há um clima de paixão.
Acelera-me o coração.
Agora é um adeus entre os dois.
Lágrimas...
A partida é dolorida.
Tanto amor e dor.
Anoitece e na bruma a cidade antiga
desaparece.
A do agora reaparece.
Me sinto voar.
Engraçado!
Montada numa nuvem posso tudo observar.
Digo não ao tempo atual.
Do alto posso ver tudo na sua forma
mais natural.
Abro as asas. O infinito está a me chamar...
A cidade antiga eu sei que mudou-se.
Está em outro lugar...
Porém... quase a posso alcançar.
SONIA MARIA DELSIN
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