DESENCANTO
A velha avó está tão cansada.
Já embalou os netos e
os acarinhou.
Foi mais que avó.
Foi mãe daquelas crianças que tanto ela amou.
Depois os viu caminhando por estradas
tão desencontradas.
Viu a droga, esta danada!
Destruindo seu menino que vivia rindo.
Viu a neta cometendo o mesmo erro
que a mãe cometera no passado.
Mal parindo... e já sorrindo
para outro rapazinho.
Na barriga outro filhinho.
Palavras amargas na boca de uma menina
que foi arranjando filhos e
não mediu as conseqüências.
E o menino carinhoso. Tão amoroso!
Se envenenando, se entregando.
Nas esquinas se drogando.
Enquanto a velha avó vive chorando.
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