A LEVEZA DO SER
Leve. Com os pensamentos vagando.
Vou deslizando...
Um dançar imaginando...
Um rodar... Um rodopiar.
Um salão imenso.
Ouço.
Claro que posso ouvir!
Há uma música tocando.
Acordes de um tempo distante.
Estou de olhos fechados e os vejo.
Estavam trancados no tempo e os soltei.
Os liberei.
Como dançam!
Como encantam!
Enamorados!
O vestido longo a varrer o chão.
Branco. Perolas. Fitas. Cabelos trançados.
Chegam a ser engraçados.
As pernas do rapaz tão estiradas.
O sapato, o verniz.
As palavras que ele diz.
Ah, não!
Agora estou fantasiando muito.
Já estou exagerando.
Que nada!
Ele está dizendo um nome.
Não me é estranho.
Já me chamaram assim no passado.
Dou risada.
Uma gargalhada.
Abro os olhos e não vejo nada.
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