VENTO VARRE RUA...
Era um vento cortante.
Afiado como navalha.
Vento varre rua.
Eu no chão caída, machucada, ferida...
A rastejar como lagarta caída do coqueiro.
Parecia que ia se acabar o mundo inteiro.
O vento conseguia me jogar de lá pra cá, de cá pra lá.
Como se peso eu nem tivesse.
Eu entrava em desespero, em prece.
Uma hora cessou o vento, o tormento...
Me vi em pensamento.
Me vi em outro lugar.
Um onde eu poderia estar.
Precisava toda força encontrar.
Encontrei. Consciente do que passei posso dizer que venci, que estou aqui.
Só a lembrar.
Foi uma experiência e tanto.
Agora eu rio, eu danço, eu canto...
SONIA DELSIN
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