MIRAGEM
Quando a primeira gota caiu estava acordada.
Estava ouvindo o silêncio.
O seu não fazendo eco em meu coração.
Estava tão quieta em meio aos travesseiros.
Uma nuvem de algodão brincava de pular.
Eram carneirinhos na minha cabeça.
Meus dedos estavam entrelaçados sonhando outros dedos.
Minha boca seca ansiava pelo oásis de seu beijo ardente.
Estava tão só comigo mesma.
Mas eu sou tão só.
Então ouvi um ruído dentro de mim.
Ele cresceu e o pingo de uma chuva fina virou tempestade.
Trovões e raios perturbaram o meu ser que se levantou e buscou
ajuda no vento.
Entreguei meus cabelos, meu roupão amarelo.
Caminhei na areia fria de uma manhã que jamais nasceria.
Uma onda chegou lambendo minhas canelas e arrepiei.
Deus! Ó não! Eu sonhei...
O mar ali era uma miragem.
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