MÃE
Quanto choro eu sufoquei com o rosto enterrado entre os seus joelhos.
Quanta dor você me aliviou só com sua mão quentinha.
Com seus olhos calmos...
Mãe, eu hoje me lembrei daquele dia em que lhe confessei
que desistia da minha luta.
Estava abandonando o campo de batalha...
Você se lembra que eu lhe falei
que já não tinha mais forças
para continuar...
Mãe, você compartilhou do meu sofrer
e escondida se derramou em lágrimas.
Eu sabia!
Via seus olhos inchados...
Onde você conseguia encontrar tanta força pra chorar
longe de mim e entrar naquele quarto toda sorridente...
...me trazendo a flor mais bela que havia desabrochado
ainda naquela manhã...
Mãe, a minha luta era a sua luta.
Lembra quando eu rejeitava carinhos,
cobria a cabeça, afastava o prato,
me fechava em copas...
Não havia muitas perspectivas de cura
para mim, mãe
e eu era pouco mais que uma menina
sobre aquela cama...
Não sei porque é que o tempo
não apaga da gente as lembranças amargas
e só não deixa as coisas boas registradas...
Você, com todo seu saber conseguiu
mostrar-me uma saída
para os meus labirintos...
Aquela luta, mãe... nós vencemos juntas.
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